Vendetta (Crime Fighters 2)

Hulk Hogan, Mr. T, Van Damme e Mike Tyson enchendo vagabundo de porrada na rua.


1 de fevereiro de 2016

Vendetta, ou Crime Fighters 2, é um jogo de luta estilo beat ’em up e continuação do Crime Fighters (1989). Foi desenvolvido e publicado pela Konami e lançado em julho de 1991, aos fliperamas.

O game é inspirado em títulos como Final Fight e Double Dragon, mas adiciona várias inovações à gameplay básica do gênero, além de ser bem humorado. A trama é simples o suficiente: delinquentes sequestram a protegida de Hawk, Kate, quem reúne o resto da sua trupe de porradeiros inspirados em brutamontes dos anos 80 e 90 para encarar a Dead End Gang e resgatar a garota.

O beat ’em up apresentava algo que era raro no gênero, como bater nos inimigos no chão ou levar chute no saco. Games como o The Combatribes já tinham algo nessa linha, porém o título da Konami ficou mais famoso por causa disso, pelo menos na minha época de fliperamas.

Vídeos

O vídeo acima marca a estreia do nossa série de programas no nosso canal sobre jogos antigos, a Velharia. No Velharia 1, fizemos um playthrough da versão japonesa do Vendetta, o Crime Fighters 2. Se você assistir do início ao fim, vai entender porque a versão internacional é diferente, especificamente numa fase (+ ou – 10:47) que se passa num canto muito underground da cidade.

Enredo

Dead End City é uma cidade dominada pela quadrilha Dead End, um rol sem fim de criminosos violentos de todos os tipos. O único obstáculo é uma gangue rival composta de heróis chamada os Cobras, a qual é composta de cinco membros: Blood (ex-lutador de boxe), Hawk (ex-lutador de telecatch), Boomer (um artista marcial), Sledge (um ex-presidiário militar) e Kate, a linda donzela protegida de Hawk que veste uma camisa azul semelhante à dele.

Um dia, Kate é sequestrada pela Dead End, que, sob a liderança de Faust, procura a liderança de todas as gangues de rua a fim de assumir o controle total da cidade. Os quatro heróis vão para o território inimigo para salvar a loirinha, abrindo caminho através da multidão de inimigos enviada contra eles na base da porrada.

Gameplay

Como na maioria dos beat ’em ups, Vendetta apresenta ação de rolagem lateral e a pontuação dos jogadores (até quatro simultaneamente, dependendo da máquina) é baseada no número de adversários eliminados. É também um jogo razoavelmente difícil. Cada um dos personagens jogáveis tem características e performances diferentes, sendo os melhores, na minha opinião, o Boomer e o Blood.

A opção de atacar um inimigo enquanto ele é derrubado não era comum no gênero, como dissemos acima, além de várias outras mecânicas, tipo chutar os bandidos de bordas de cenários elevados (de cima da ponte, por exemplo) para que caiam e morram instantaneamente. Dá também para jogar os troços em cima dos inimigos caídos, bater do chão caso você seja derrubado e uma porrada de outras coisas legais. Tem-se muita dinâmica nesse game.

Se o(s) jogador(es) ficam parados muito tempo num mesmo ponto, aparecem uns vagabundos para pegar eles. Isso é comum em game antigos, especialmente os de fliperama, para evitar que nego fique enrolando na máquina enquanto os outros querem jogar também, mas pode servir para descolar uns pontos extras, de bobeira.

Ao contrário dos beat ’em ups da Capcom, firma que creio ter sido a maior rival da Konami neste mercado à época, Vendetta/Crime Fighters 2 usa botões de soco e chute em vez de saltar e atacar. Pressionando-se ambos os botões simultaneamente, ativa um ataque especial que, ao contrário do que diz a Wikipedia, não gasta energia. Se pressionar os dois botões mais o direcional para algum lado, dá um ataque aéreo especial (que também não gasta energia).

O Vendetta conta também com uma boa variedade de inimigos e armas – como tacos de baseball, facas, correntes, chicotes, coquetéis molotov, pneus de carro, barris, caixotes, latas de lixo, vasos de planta e escopetas. Algumas dropam dos inimigos ou estão escondidas dentro de caixas. Caixotes, barris, latões, pneus e outros itens do cenário podem ser carregados e arremessados contra os vagabundos, e dá também para arremessá-los uns nos outros. Também dá pra ajuntar nos inimigos para um bom e velho linchamento ou vice-versa.

Depois de derrotar o chefão final, tem-se um boss rush com todos os outros mestres do jogo e, se todos forem derrotados novamente, parece o final real e o Vendetta recomeça com um nível de dificuldade maior.

Fases do jogo

  • Primeira Fase – Começa na cidade, onde você vai enfrentar uns motoqueiros e uns punks no que parece ser uma ponte. Depois você sobe numa carreta e vai enfrentar o chefão, um cara com uma motosserra, Buzzsaw Bravado.
  • A segunda fase se dá num local de construção, onde você vai ser levado a uma armadilha da Dead End Gang até enfrentar o chefão, o Missing Link, um sujeito monstruoso que parece o Lula só que menos bestial.
  • Na terceira fase, os lutadores vão parar num lugar muito underground da cidade. Vão ter que enfrentar muita gente degenerada até chegar num casino e enfrentar uma dupla de irmãos, um altão e outro pequenino (embora com o mesmo tamanho de cabeça), os Rude Brothers.
  • A quarta fase se passa numa espécie de porto, onde o chefão é o Kruel Kurt, um tipo de vândalo pirata moderno que usa uma enorme âncora como arma.
  • A quinta fase, aparentemente a final, é onde você tem que encarar um favelão dominado pelo chefão da gangue, o Faust. O cara é o maior bundão. Quando ele tá perdendo, ele sai andando de quatro e tira uma metranca e sai fuzilando geral.
  • A sexta fase é um típico boss rush. Você enfrenta todos os chefões de novo, junto com uns asseclas. Se vencer, o verdadeiro final aparece e o jogo é reiniciado.

Curiosidades

  • Os protagonistas são baseados em brutamontes reais dos anos 80/90. O Hawk é obviamente baseado no Hulk Hogan e Sledge no também icônico Mr. T. Algumas fontes citam que o Boomer é inspirado no Van Damme e o Blood no Mike Tyson, mas nunca notei a semelhança.
  • Em um dos caixotes do game tem a palavra “Kilroy” pichada. É provavelmente uma referência à frase “Kilroy was here”.
  • Na segunda parte da segunda fase, tem um balde que pode ser recolhido e jogado na cabeça de algum inimigo, deixando ele andando as cegas até ser atingido de novo. Se você estiver jogando de dois (ou mais), se uma pessoa carregar o balde até o fim da fase, enquanto os outros lutam contra os inimigos, e daí joga o balde no chefão, o game vai bugar. Isso faz o Missing Link, o chefe, ficar flutuando pela tela, sendo incapaz de ser atingido.
  • A King Records lançou a trilha sonora do jogo em um álbum com edição limitada (Konami Game Music Collection Vol.4 – KICA-7505) em 5 de outubro de 1991.
  • O game no Japão, como já dissemos, era chamado de Crime Fighters 2. Entretanto, não era apenas o título e o idioma do jogo que eram diferentes. A versão internacional, Vendetta, era meio censurada também. Vocês podem ver no vídeo acima, que é da versão japonesa, mais ou menos no minuto 10:47, (segunda fase), tem um tipo de inimigo que não aparece nesta versão (ele parece um pouco com o Ash do Streets of Rage 2, também presente no Streets of Rage Remake, só que consegue ser ainda mais degenerado). Tem uma outra fase onde tem uns cachorrinhos que ficam te encoxando que não aparecem na versão internacional também.
  • O design do gabinete do Vendetta foi feito por Don Marshal.
  • No Japão, a revista Game Machine listou o Vendetta na edição de 1º de agosto de 1991 como o jogo de fliperama mais bem-sucedido do ano.
  • O título da versão internacional, Vendetta, traduz-se do italiano como “vingança”.
  • Algumas fontes falam que o Blood é baseado no Wesley Snipes. Parece mais com ele mesmo do que com o Tyson, eu diria…
  • Um dos papeis mais famosos do Mr. T, o ator em quem o personagem Sledge foi inspirado, é o B.A. Baracus do inesquecível seriado dos anos 80 Esquadrão Classe A (The A-Team). Nesta série televisiva, o B.A. também era um condenado à prisão militar, só que escapou para se tornar um soldado da fortuna.

Série

  1. Crime Fighters (1989);
  2. Vendetta/Crime Fighters 2 (1991);
  3. Violent Storm (1993).

Equipe de desenvolvimento

  • Designers de jogo: S. Okamoto, K. Ozaki e Yuichi Kobayashi.
  • Designers de personagem: M. Yoshida, Kazuaki Nakanishi e T. Nakazama.
  • Designers de som: Hideaki Kashima e Michiru Yamane.
  • Designer de hardware: K. Itoh.
  • Diretor: S. Okamoto.
  • Gerenciamento: S. Kido.
  • Agradecimentos especiais: Masahiro Inoue, A. Narita, K. Kinugasa, S. Mizuno, K. Sugano e Koji Hiroshita.

Screenshots

Mais informações e beat ’em up

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