Governo chinês bane qualquer referência a sangue nos jogos e impõe outras frescuras

Governo chinês bane qualquer referência a sangue nos jogos e impõe ainda mais frescuras no mercado de videogames daquele país. Isso pode ter algumas implicações até para quem não mora por lá.


17 de maio de 2019

Governo chinês bane qualquer referência a sangue nos jogos e impõe ainda mais frescuras no mercado daquele país, como a proibição da palavra “kill” (“morte”) nos títulos e nos diálogos dos games.

De acordo com o site Niche Gamer, datado de ontem (16/05) nem ao menos “sangue” colorido poderá mais aparecer nos jogos vendidos na China, o que pode ter algumas implicações até para quem não mora por lá. Aliás, foi este o assunto da 59ª Edição das Notícias do Facínora, nossa série de vídeos jornalísticos do canal:

As regulações no país comunista já eram bem ridículas e dantescas. Anteriormente, qualquer representação de sangue ou gore humano já estavam proibidas. Além disso, esqueletos e zumbis também foram banidos, pois os generais bobalhões consideram estas criaturas absolutamente fantasiosas uma desonra aos mortos e ancestrais. No passado, o pessoal dava um jeito, mudando a cor do sangue e trocando estes mortos-vivos por outros tipos de monstros.

Agora, a regulação, que já entrou em vigor e se aplica a jogos que já haviam obtido licença para serem comercializados na China, se tornou muito mais restritiva. Consta que os comunistas estão proibindo qualquer coisa que possa ser entendida como sangue (ou seja, nem os fluidos corporais do Cacodemon e do Baron of Hell no Brutal Doom iriam passar).  Além disso, a palavra “kill” (“morte”) não pode ser usada no jogo, nem no título nem nos diálogos ou textos.

A firma chinesa Tencent Games já se adaptou a essa nova lei em ao distribuir um jogo de celular chamado Player Unknown’s BattleGround: Mobile (algo como “Campo de Batalha do Jogador Desconhecido”) na China. O game por lá foi renomeado para Game for Peace (“Jogo pela Paz” 🤭). Disso aí você já vê quem será beneficiado por estas medidas socialistas – justamente os cronys  os grandes capitalistas que invariavelmente ganham vantagens de um estado controlador. Mas isto é outro assunto.

Além disso, a animação de mortes no Player Unknown’s BattleGround: Mobile foram substituídas pelos personagens colocando os itens que eles carregavam no chão e, em seguida, dando tchauzinho antes de desaparecer. Um usuário do Twitter, não sei se ironicamente ou com o sangue cheio de soja, comentou que isto era “hilariantemente saudável”.

Ainda de acordo com a fonte, parece que o governo chinês não liberava os jogos por cerca de um mês, com, agora, Ministério da Educação fazendo recomendações a oito outros órgãos reguladores, pedindo menos aprovações ainda, mandando o papo furado que isto seria parte de “esforços para combater a miopia e o chamado vício em videogames”.

Implicações para quem não mora naquela favela comunista

Bom, esse papo de criar versões distintas de games para distribuir em diferentes mercados não é algo novo. Não que isso seja certo, mas foi feito praticamente desde sempre, com ou sem imposições estatal. Quem acompanha nossos posts sobre jogos antigos sabe. Entretanto, como as regulações estão bem mais restritivas, pode implicar em ter que recriar boa parte do produto, e, desta forma, não vai ser todo mundo que vai ter condições de investir nisso. Daí, como esse pessoal é ganancioso e não vai querer deixar de explorar o grande mercado chinês, é bem capaz de eles já lançarem o jogo capado ou todo cheio de nove horas de uma vez pro mercado internacional. Imagina um Mortal Kombat renomeado para “Jogo da Pitanguinha”, sem sangue e onde o fatality é o Shang Tsung fazendo a Dancinha do Impeachment? Sei lá, pode acontecer.

Além disto, você sabe que político brasileiro importa exclusivamente tudo o de pior que existe lá fora. Aliás, aquele tal Junior Bozzela (PSL ou PSOL, sei lá), o autor da lei anti-games, foi um dos parlamentares da turminha do socialismo light que foram visitar a China pra puxar saco dos generais. Então, pra esse pessoal resolver imitar, nas nossas terras tupiniquins, este controle social absurdo deste país asiático, pouco custa.  Aliás, custa. A única razão que ainda não implantaram algo parecido por aqui é porque o estado tá falido. Mas isto também é outro assunto.

Fontes e mais

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