Loja de Belo Horizonte cresce com jogos retrô

A Bits Games existe desde 1996 no centro da capital mineira e aposta na nostalgia.


24 de maio de 2022

Noutro dia, o Google finalmente me recomendou no celular um artigo (de O Tempo) que presta pra alguma coisa: existe uma loja em BH, que eu não conhecia, que trabalha com retro gaming — o que inclui consoles como Nintendinho, PlayStation 2, Super Nintendo e Nintendo 64 — e seus jogos.

O estabelecimento é chamado Bits Games, foi fundado em 1996 e, segundo a fonte, continua crescendo até hoje, apostando na nostalgia no centro da capital mineira.

Pelo que pude ver, a loja não é nenhuma espelunca de fundo de quintal mantida por aventureiros. Claro, como todo negócio, teve sempre altos e baixos, mas depois da Peste Chinesa, com o Kalixo trancando tudo e enchendo o raio do saco com aquelas idiotices dele, consta que a empresa começou a entrar em grave crise. Assim, Roni Bits, como é conhecida a fundadora da Bits Games, resolveu focar em consoles e games antigos para superar a crise.

Ainda de acordo com a fonte, a estratégia deu certo, com Roni afirmando que vende, “hoje, o que era top de linha na época em que a loja começou. Na linha retrô, os que mais vendo são o Super Nintendo e o PlayStation 2, que as pessoas jogavam naquela época em casa, na casa do primo. A nostalgia nos deu um novo recomeço, uma nova oportunidade“.

A Bits Games continua trabalhando com aparelhos de novas gerações — como Switch, Xbox One e PlayStation 5 — e suas vendas ainda representam a maior parte do lucro, mas o aumento da demanda pelas velharias é inequivocamente sensível. Os cartuchos que Roni comprava por R$ 40 antes da pandemia, por exemplo, escalaram para R$ 120. Diante disso, é de se esperar que a nostalgia tem potencial para aumentar a sua clientela cada dia mais.

Roni também contou umas histórias emocionantes, como de uma “cliente que perdeu o pai vinha com ele quando era criança. Ela perdeu o videogame que tinha e achou que a loja tivesse fechado, mas, quando chegou aqui, um dia, comprou um Super Nintendo em memória do pai. Outro cliente contou que morava em Santa Luzia e veio para cá com 14 anos, sem documentos, no maior sufoco, com amigos, sem avisar para os pais. Agora voltou e comprou um videogame. Tem adultos de 25 a 40 anos que, quando o videogame era lançamento, na infância, não tinham condições de comprar um, mas agora têm sua profissão, seu próprio dinheiro, e querem ter aquilo. São muitas coisas lindas”.

Roni também contou que “um dia desses, chegaram quatro amigos entre 30 e 35 anos e, quando viram um Atari na prateleira, narraram como eram subordinados ao menino que era um rei do bairro porque tinha aquele videogame. Hoje, essa galera compra o retrô”. É algo que quem viveu esta época e gostava de games lembra bem.

A loja física da Bits Games fica no centrão brabo mesmo: Rua dos Carijós, 424 – Sala 908, mas conta com um site muito bem feito que vende seus produtos também online, não apenas jogos e consoles, mas também colecionáveis e essas bugigangas com as quais os nerds gostam de ficar moendo grana. Além disso, prestam assistência técnica aos consoles antigos. Pode ser a oportunidade de tirar a poeira daquele seu Super Nintendo que parou de funcionar…

Enfim, será mais história fantástica suficiente a entrar pro folclore belo-horizontino, junto com o Lacarmélio e o BH SPORTS? Afinal, A Bits Games é uma loja que mexe com videogames antigos por aqui, não em um lugar complicado tipo São Paulo, e resiste por tanto tempo. Sei lá. De qualquer maneira, é muito massa. Tomara que continue crescendo.

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