Cyborg Justice

Monte e controle ciborgues rebeldes num planeta tomado pelas máquinas.


Atualizado em 17 de maio de 2025.

Cyborg Justice, conhecido também como Robot Wreckage, é um jogo de luta estilo beat ‘em up de ficção científica onde dois agentes espaciais, transformados em ciborgues depois de cair em um planeta escravizado por um cérebro gigante, têm que abrir caminho através de inimigos cibernéticos para escapar deste lugar. Foi desenvolvido pela Appaloosa Interactive (antiga Novotrade International) e lançado em 1993.

Certamente, o gimmick principal e mais interessante do game é, junto à customização dos protagonistas através da combinação de dezenas de peças diferentes, a possibilidade de arrancar e instalar em si partes dos inimigos e desfrutar de suas características únicas. Há também uma boa gama de golpes disponíveis e modos Arcade (single player ou cooperativo para até dois jogadores) e Duel (PvP ou contra a CPU).

Publicado pela Sega e disponível ao Mega Drive, o Cyborg Justice pode ter controles heterodoxos (demandam costume), e ser meio repetitivo em partes, mas as suas enormes possibilidades de personalização, a mecânica de roubar partes e seus vários e interessantes golpes mais do que compensam isso. Por essas e por outras, este viciante beat ’em up introduzido ao nosso Hall da Fama, o que se deu no dia 15 de julho de 2017, sendo assim um dos jogos mais importantes da Gaming Room.

Vídeos

Acima, temos uma showcase simples do Cyborg Justice que mostra a fase 1-1 do jogo sendo vencida na dificuldade Hard.

Já o anterior traz a música da primeira fase do jogo, a Big Booster.

Sinopse do enredo

Você é um agente da Agência de Unidade Galáctica (G.U.A.), em patrulha de rotina pelo espaço profundo, quando sua nave é danificada ao atravessar uma tempestade de meteoros. Sem controle, ela acaba colidindo com um planeta próximo, lar de uma colônia de mineração controlada pela sinistra Federação Cydrek. Após o impacto, tudo escurece.

Seu corpo não sobrevive, mas seu cérebro é resgatado e transplantado para um corpo cibernético. Como os demais tripulantes, você é transformado em um escravo da fábrica de armamentos da Cydrek — uma máquina distorcida com um cérebro humano, obrigada a montar peças e armas para um exército que não compreende.

Mas algo dá errado. A tentativa de apagar sua memória falha, e sua consciência começa a despertar por entre os circuitos. Aos poucos, lembranças voltam e a programação começa a falhar… e você entende o que está acontecendo. A Federação Cydrek está montando um exército de ciborgues para iniciar uma guerra contra a G.U.A., e, agora, há uma única peça fora de controle capaz de impedir isso.

Com seu novo corpo mecânico, o que esta é enfrentar legiões de inimigos cibernéticos e escapar deste planeta, avançando por instalações hostis até encarar a inteligência que comanda tudo: um gigantesco cérebro central que rege o império da Cydrek. É sua chance de vingança. Ou de impedir algo ainda pior.

Gameplay

O Cyborg Justice é um brawler de rolagem lateral (com movimentação nas 8 direções) com uma proposta singular: controlar um ciborgue rebelde que tenta escapar de uma colônia de mineração após ter seu cérebro transplantado para um corpo mecânico. Apesar da tentativa de apagarem sua memória para que ele fosse apenas mais um operário, algo dá errado — ou certo, do ponto de vista do jogador — e ele desperta consciente, disposto a lutar por sua liberdade.

Logo no início de uma partida, o jogador é levado a uma sala de customização onde pode montar seu ciborgue escolhendo três partes principais: braço, corpo e pernas. Essas escolhas influenciam diretamente no estilo de combate e nas habilidades do personagem, totalizando até 216 combinações diferentes. Há braços que se disparam projéteis, outros que funcionam como serras rotativas, corpos mais resistentes ou mais rápidos, e pernas que podem saltar mais alto ou correr mais rápido.

Essa mecânica de modificação não se limita ao início do jogo. Durante a jornada, é possível arrancar partes dos inimigos derrotados e anexá-las ao seu próprio corpo. Dá pra fazer isso com o braço primário (os que tem funcionalidades especiais), as pernas e os braços secundários (puramente estéticos). Dá também para arrancar o torso do inimigo e usá-lo para tacar nos inimigos ou, melhor, assimilar sua energia (dá pra recuperar vida com isso, até). O procedimento para tirar partes dos oponentes não é muito difícil, mas também não é muito fácil. Felizmente, já fiz uma seção inteiramente dedicada a isso.

Usar peças dos inimigos não apenas faz parte da sua estratégia/estilo de jogo e garante muito valor de replay, como também pode ser crucial em algumas parte de uma sessão. Por exemplo, no primeiro nível, há uma parte onde as pernas pneumáticas ajudam bastante a saltar sobre um abismo. Tipo, dá pra fazer sem de boa, mas com ela é bem mais fácil. Ah, dá pra remontar um inimigo detonado também para continuar roubando energia dele umas duas vezes. Quase me esqueço de falar que existem armadilhas nas fases para além dos abismos, como uns troços que saem do chão pra te tirar energia e uma espécie de círculo magnético que prende qualquer um (CPU ou jogador) que passar por cima, exceto se estiverem usando as pernas pesadas.

Existem 5 níveis de dificuldade definidos no Options: Relaxed, Easy, Normal, Hard e Brutal. Dá também para escolher o número de vidas iniciais, e dá para acumular até 6 delas roubando energia dos inimigos. Os inimigos aparecem sempre sozinhos ou em pares, e vão variando em variações de peças ao longo das fases até chegar no chefe de nível, que é um ciborgue com corpo pesado que atira laser do peito e, quando some da tela, pode enviar uns foguetes contra você. Se bem me lembro, tem 5 fases em Cyborg Justice, todas divididas em 3 partes, e o chefão final do jogo é tal cérebro gigante, o qual você enfrenta podendo movimentar apenas da direita pra esquerda (e vice versa) exige que você faça uns mortais pra trás para escapar de seus projeteis. Outra coisa que me lembro é que nas dificuldades mais altas, sempre aparecem inimigos em duplas, independente de quantos jogadores estejam na partida.

Há também dois modos de game: Arcade — o que seria o modo história, no qual você atravessa as fases sozinho ou com um amigo no mesmo aparelho —, e o Duel, onde você encara batalhas PvP ou contra ciborgues controlados pelo computador. Em ambos os modos, é possível montar seu personagem e utilizar a ampla gama de movimentos que Cyborg Justice oferece, como agarrar inimigos, arrancar braços, sugar energia dos corpos inimigos sem braço principal, e até mesmo jogar braços, pernas e troncos dos oponentes como armas improvisadas.

A aventura principal se desenrola em cinco níveis distintos, que incluem desde a superfície da colônia até o Centro de Comando Cydrek, passando por ambientes exóticos como uma selva futurista. Cada estágio apresenta novos desafios e inimigos com partes mecânicas únicas, exigindo adaptação constante e escolhas estratégicas para sobreviver. Ah! O game te manda um foguete se você ficar enrolando muito para avançar pelas fases.

Curiosidades

  • Algumas fontes citam que o Cyborg Justice foi lançado em abril de 1993, outras em junho daquele ano, mas o mais provável é: quem sabe?
  • A história de como descobri este cartucho é bem típica daqueles tempos: estávamos absortos com algo divertido no fliperama, mas cedo ou tarde acabava a grana pra comprar ficha. Nestas horas, restava procurar um game de algum console caseiro que a gente tinha acesso. No caso, o game do fliperama foi o Armored Warriors, que tem essa mecânica de usar partes dropadas pelos inimigos durante as fases, embora a semelhança se resuma a isto, pois nem a temática, jogabilidade, estilos gráfico e sonoro e clima sejam os mesmos. De qualquer maneira, a sugestão de um cara que era amigo meu na época valeu a pena, pois não apenas alugamos a fita pra poder jogar bastante no Mega Drive dele, e sem esquentar a cabeça com ficha nem outros potenciais problemas que poderiam ocorrer em fliperamas, como acabei conhecendo um título que gostei ainda mais (que é o Cyborg Justice, caso não tenha ficado claro).

Músicas

Como podemos conferir nos vídeos, a trilha sonora oficial do Cyborg Justice é um de seus aspectos mais memoráveis. Não é composta de faixas criadas por grandes nomes, mas sim de canções que encaixam perfeitamente na ambientação brutal e tecnológica do game, um produto típico do inícios dos anos 9o, com uma proposta que envolve rebeldia e não deixa espaço para frescura. Não sei identificar exatamente qual o estilo musical das faixas, mas minha impressão é que são umas canções mais groovy tocadas com instrumentos com sons de música eletrônica, só que sem aquelas batidas repetitivas de balada e tal. Enfim, escute a OST do Cyborg Justice completa no vídeo abaixo e me fala:

A minutagem do vídeo acima é:

  1. 00:00Big Booster
  2. 01:57 – Frog
  3. 03:55 – Insect
  4. 06:13 – Lobster
  5. 08:11 – Quasimodo
  6. 10:38 – Boss

E você pode baixar estas músicas aqui.

Falando nisso, as faixas do Cyborg Justice se encaixam bem em outros projetos, como mods ou games standalone. Acho que combinar, por exemplo, em algo com estilo retrô ou cyberpunk, mas a imaginação é o limite. Aliás, eu mesmo usei a Big Booster pra servir de trilha sonora de um mapa inicialmente gerado no Oblige (o qual se tornou o Control Workshop mais tarde) pra jogar com o Brutal Doom, e deu muito certo. Veja o resultado a seguir (e saiba mais aqui):

Screenshots

Cyber Soldier

Sobre o download

Consta que o Cyborg Justice é atualmente um abandonware. Sua ROM pode ser baixada em sites como o My Abandonware, que inclusive é para onde nosso link de download leva. Existe também o game emulado para ser jogado em browsers no Archive.

Mais informações e beat ’em up

Download e ficha técnica

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2 comentários para “Cyborg Justice”

  1. Helinux disse:

    Cara…vc me fez lembrar de deois jogos das antigas. O primeiro foi o clássico Gladiator…aquele jogo com espadinha e escudo enfrentando aquelas caveiras do Golden Axe. O Segundo foi o clássico Heavy Nova, zerei Heavy Nova do Mega CD há muito tempo atrás…não lembro o ano. A verdade que Cyborg Justice tem uma jogabilidade similar e mais solta do que Heavy Nova. Destaque para as músicas desse jogo que tem todo o seu timbre característo do poderoso Mega Drive. Lembrando que heavy Nova é da Holocronet, pensei que Cyborg Justice fossem da mesma desenvolvedora!!!! Até hoje eu lembro de jogar nos anos 90 Cyborg Justice e Heavy Nova, nessa época de 16 bits passava muito tempo jogando em locadoras e fliperamas!!!! Valeu por relembrar esse e outros clássicos de antigamente

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