The Lords of Midnight

The Lords of Midnight é um game de fantasia medieval que combina aventuras gráficas, RPG e estratégia criado por Mike Singleton e lançado originalmente em 1984. Inspirou as séries Heroes of Might and Magic e King's Bounty.


7 de fevereiro de 2020

The Lords of Midnight é um game de fantasia medieval que combina aventuras gráficas, RPG e estratégia criado por Mike Singleton e lançado originalmente em 1984, para o ZX Spectrum. O jogo apresentou um efeito 3D inovador pra época, batizado por Singleton de landscaping (paisagismo), que trazia um nível de imersão muito maior do que o habitual.

Estrondoso sucesso de vendas e de criticas, The Lords of Midnight é frequentemente citado junto com Elite como um dos principais jogos dos anos 1980 e foi portado para várias outras plataformas (Amstrad CPC, Android, BlackBerry, Commodore 64, iOS e Mac). Além disso, é inegável a influência que exerceu sobre as séries Heroes of Might and Magic e King’s Bounty.

O ótimo desempenho de The Lords of Midnight ainda justificou duas sequências: Doomdark’s Revenge (1985), que adiciona mais complexidade e dinâmica a um gameplay similar ao do original, e Lords of Midnight: The Citadel, que saiu para MS-DOS em 1995. Em 2013, a Chilli Hugger Software relançou os dois primeiros jogos da série para Windows, os quais estão atualmente de graça no GOG.

Vídeos

Quando o GOG passou a liberar The Lords of Midnight e o Doomdark’s Revenge de graça, resolvi fazer um Notícias do Facínora sobre esta (então) novidade, onde falei um pouco sobre os games também.

Acima, temos o trailer do The Lords of Midnight. Ficou bem legal.

Enredo

The Lords of Midnight não é simplesmente um jogo de aventura nem simplesmente um jogo de guerra, mas realmente um novo tipo que se tornou conhecido como um jogo épico, pois, ao jogar o Lords of Midnight, você estará escrevendo um novo capítulo na história da os povos da liberdade, guiando personagens individualmente por toda a terra da meia-noite em missões vitais, mas também comandando exércitos que devem se esforçar para conter as hordas sujas de Doomdark, o rei bruxo. Sua vitória não será inevitável.” (Mike Singleton, 1984).

Gameplay

The Lords of Midnight é um híbrido de RPG/estratégia onde o jogador começa com quatro personagens (Luxor the Moonprince, Rorthron the Wise, Corleth the Fey e Morkin), e então tem a opção de recrutar até vinte e oito adicionais (como Lords Blood, Ithrorn, Xajorkith, Shadows, Utarg, Farflame, Fawkrin etc.) para se juntar à missão de destruir Doomdark, o malvado Rei Bruxo que trancou a Terra da Meia-Noite no inverno perpétuo.

Uma partida pode ser jogada de três maneiras, primeiro como um RPG onde o objetivo é que Morkin destrua a Coroa de Gelo, a fonte do poder de Doomdark. A segunda é como um jogo de guerra, recrutando outros senhores e seus exércitos até que você seja forte o suficiente para derrotar os exércitos de Doomdark e invadir sua cidadela no extremo norte. Uma terceira variação, referida no manual como ‘Epic’, requer completar a partida das duas maneiras simultaneamente.

O jogador tem uma vantagem em que apenas um dos dois objetivos é necessário para derrotar Doomdark, podendo ganhar a partida sempre que a Coroa de Gelo é destruída ou quando a cidadela natal de Doomdark, Ushgarak, cai. Doomdark vence quando completa dois objetivos: matar Morkin, filho de Luxor (enquanto Morkin estiver vivo, o jogo continua) e subjugar os exércitos da Livre, seja matando Luxor ou conquistando Xajorkith, a cidadela capital das terras livres.

O game apresenta uma técnica então inovadora batizada de “landscaping” para retratar as terras da meia-noite a partir de uma perspectiva em primeira pessoa. Além disso, The Lords of Midnight possui valor de replay e ser apreciado várias vezes mesmo depois de zerado, já que cada vez os exércitos de Doomdark podem atacar de diferentes rotas e nem sempre seguem o mesmo padrão.

Na época do lançamento, Singleton pensou que não havia como derrotar Doomdark antes que Xajorkith caísse. Os jogadores rapidamente provaram que ele estava errado, e mesmo agora vários grupos da Internet dedicados ao game continuam a refinar suas estratégias para derrotar Doomdark.

Análise superficial do Facínora

Pelo que vi, The Lords of Midnight é o que poderíamos esperar de um produtos da década de 80 em termos de gráficos e sofisticação de controles. Inclusive, tem umas partes que parecem que foram desenhadas no Paint do Windows. Entretanto, tem muita coisa para explorar, um enredo bem interessante e um gameplay baseado em turnos fácil de dominar.

O que achei particularmente interessante é que dá pra ver as influências que exerceram sobre os Heroes of Might and Magic, pelo menos nos primeiros jogos da série, claramente.

Curiosidades

  • Mike Sinclair, o criador da série The Lords of Midnight, foi um desenvolvedor de jogos que também foi professor de inglês em Ellesmere Port, Cheshire, na Inglaterra. Arriscaria dizer que sua proficiência pode ter garantido os ricos e interessantes enredos dos jogos. Inclusive, era para ele ter escrito o romance do The Lords of Midnight (que vem junto do jogo), mas motivos diversos acabaram impossibilitando isso…
  • Singleton projetou o jogo, escreveu o romance/manual e desenvolveu a landscaping nos últimos três meses de 1983. Ele escreveu o código nos três primeiros meses de 1984 e o jogo que enviou para a software house em abril de 1984 foi inteiramente um produto seu próprio.
  • O jogo foi publicado originalmente pela Beyond Software, para o Spectrum. A Armsoft e a Mindcape que foram as publishers dos ports de CPC e C64, respectivamente.
  • De acordo com Singleton, passaram-se apenas sete meses entre seu primeiro encontro com Mike Pratt, da Beyond, e a cópia final do jogo.
  • A primeira ideia de Singleton foi intitular o jogo “Lords of Atlantis” enquanto ele ainda estava experimentando a tecnologia landscaping. No entanto, foi convencido pela Beyond a escolher outro nome.
  • Sinclair também trabalhou em vários outros games, como Race Driver: Grid, Indiana Jones and the Emperor’s Tomb e Lords of Midnight: The Citadel, o terceiro game desta série.
  • The Eye of the Moon, que originalmente deveria ser a parte final planejada da trilogia, nunca foi lançado. O Lords of Midnight: The Citadel saiu PC bem mais tarde, mas não repetiu o sucesso dos originais, já que os gráficos haviam se tornado mais avançados.
  • Os jogos originais foram adaptados para PC por Chris Wild e podem ser encontrados online junto com o código fonte gerado por algum disassembler.
  • Claramente, The Lords of Midnight tem muitos elementos que aparecem não apenas nos jogos da série Heroes of Might and Magic, mas também em outros títulos neste universo. Luxor, por exemplo, é um nome que aparece no Might and Magic II.
  • A revista Crash! publicou um mapa de quatro páginas do jogo em 1984. A revista de informática húngara CoV também publicou um mapa detalhado, juntamente com um passo a passo, em sua 19ª edição.
  • A primeira pessoa a completar o jogo foi Robin Candy, que o revisou para a supracitada revista Crash!. Quando isto saiu em sua capa sete anos depois, ele escreveu o guia de jogo. Isso incluiu detalhes básicos de jogabilidade e controle, bem como um guia vago e em semi-prosa de como ele o completou.
  • The Lords of Midnight é listado no livro 1001 Video Games You Must Play Before You Die (algo como “1001 Games que Você Tem que Jogar Antes de Morrer”), de autoria do General Editor Tony Mott. Outros jogos listados nesta obra são o MDK e o Serious Sam: The First Encounter.
  • Excepcionalmente, a versão de Commodore 64 do jogo não tem nenhum som.
  • O efeito 3D usado no jogo foi obtido por meio de imagens pré-escaladas de “billboard” de montanhas, florestas, edifícios, etc. para criar a impressão de uma cena de paisagem com perspectiva correta, disponível a partir de uma visão de 8 pontos da bússola; a técnica foi auto-descrita como “paisagismo”. Essa inovação criou uma forte impressão na época, e o jogo recebeu muitos elogios por seus gráficos; “paisagismo” também foi usado na sequência Doomdark’s Revenge, mas não teve uso significativo em outros jogos.
  • O efeito 3D usado no jogo foi obtido por meio de imagens pré-escaladas de “billboard” de montanhas, florestas, edifícios e tal para criar a impressão de uma cena de paisagem com perspectiva correta, disponível a partir de uma visão de 8 pontos da bússola. A técnica, como já dito aqui diversas vezes, foi descrita como landscaping (“paisagismo”). Essa inovação fez muita vista à época, e o jogo recebeu muitos elogios por seus gráficos. O landscaping também foi usado na sequência Doomdark’s Revenge, mas não teve uso significativo em outros games.

Prêmios e honrarias

  • ACE (Advanced Computer Entertainment) – Março de 1991 (Edição #42) – incluído na lista de Maiores Jogos de Todos os Tempos na categoria “Jogos de Estratégia” (escolha da equipe editorial).
  • Commodore Format – Abril de 1991 (Edição #7) – listado no artigo A to Z of Classic Games.
  • Commodore Format – Julho de 1993 (Edição #34) – “Modern Classics: FRP & RPG”.
  • Retro Gamer – Setembro de 2004 (Edição #8) – 53º Melhor Jogo de Todos os Tempos (escolha dos leitores).
  • Zzap! – Janeiro de 1990 (Edição #57) – “Os Melhores Games da Década de 80” (Robin Hogg / Phil King).
  • A Crash! premiou The Lords of Midnight com 10 de 10 em sua coluna de adventure, destacando suas visões panorâmicas, unidades detalhas e enredo “maravilhosamente coerente”. O jogo também venceu o prêmio de melhor adventure do ano (1984) de acordo com os leitores desta revista.
  • O jogo ganhou o prêmio de Melhor Jogo de Estratégia do Ano no Golden Joystick Awards de 1985.
  • A versão de ZX Spectrum foi eleita como sétimo melhor game de todos os tempos numa edição especial da revista Your Sinclair em 2004.

Romance

Após seu lançamento, a Beyond Software, os editores do jogo, se ofereceram para transformar a campanha da primeira pessoa que provasse que zerou o jogo em um romance publicado. Embora não houvesse muitas maneiras de oferecer provas de que a campanha foi concluída, muitos jogadores enviaram resmas de papel de impressora térmica para a Beyond, na esperança de publicar sua campanha. O primeiro a enviar sua reivindicação de vitória o fez dentro de duas semanas desde o lançamento do game. No final, porém, nenhuma editora estava interessada em publicar o que consideravam uma publicação marginal, e o prêmio oferecido foi perdido. Não se sabe se isso se relaciona com o lance do Robin Candy citado nas Curiosidades.

Foram realizadas discussões provisórias, nas quais Singleton se ofereceu para escrever o próprio romance. Em última análise, as restrições de tempo e a relutância por parte do editor tornaram impossíveis todos os planos para um romance.

Em 2016, Chris Wild anunciou que um possível romance cobrindo a War of the Solstice estava em discussão. Em junho, foi anunciado que o romance estava em andamento e estava programado para ser lançado em 21 de dezembro de 2017, em reconhecimento ao solstício de inverno central do jogo. Em setembro de 2017, foi anunciado que o romance havia sido adiado, com uma data revisada para o final de março de 2018 sendo planejada. Em maio de 2018, o lançamento foi adiado até setembro de 2018.

A versão Ebook do romance foi disponibilizada no solstício de verão, 21 de junho de 2018, e logo foi seguida pela versão em brochura. A versão digital vem incluída no download do jogo no GOG, o qual é gratuito atualmente.

Screenshots

Sobre o download

A 3 de fevereiro de 2020, o GOG resolveu liberar o The Lords of Midnight e Doomdark’s Revenge totalmente de graça. Ambos os jogos vêm com conteúdo extra, como manual, papel de parede, avatares e tem até a versão em romance do enredo, o qual parece bem rico mesmo. Os nossos links de download destes games levam a estas edições.

Requerimentos mínimos em sistema

  • Sistema operacional: Windows XP, Vista, 7, 8, 10 ou OS X 10.7.5 (ou superior);
  • Processador: 1.6 GHz;
  • Memória: 256 MB RAM;
  • Vídeo: Placa de vídeo compatível com DirectX 9;
  • Espaço livre em disco: 300 MB.

Mais informações e RPG

Download e ficha técnica

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